terça-feira, 3 de março de 2009

Para que servem as sementes aleatórias?

Quem trabalha com análises de movimento, linhas de amarração e risers no domínio do tempo já deve ter se deparado com as famosas sementes aleatórias, números que se alterados, podem ocasionar resultados diferentes para um mesmo modelo e condição ambiental. O que pouca gente sabe é de onde estes valores veem e o porque deles influenciarem os resultados.

Para se efetuar uma análise no domínio do tempo, é necessário definir as características da onda que incidirá na unidade flutuante, fixa ou navio. Estas ondas são normalmente especificadas em termos de altura significativa (Hs) e período de pico (Tp), que juntamente com a formulação do tipo de espectro - para o Brasil o mais comum é o de JONSWAP, formam um espectro de onda, que define a quantidade de potência de onda incidente para cada frequência associada. Por se tratar de um espectro somente de amplitude, a informação de fase, necessária para definir a série temporal não está existente.

Para contornar este problema, os softwares de análise temporal utilizam funções randômicas para definir a fase, conforme a semente aleatória que for definida pelo usuário. Observa-se, no entanto, que a escolha errada de uma semente pode subestimar ou superestimar o resultado obtido.

Uma abordagem correta deve considerar a rodada de diversas sementes, seguindo algum critério de convergência ou recomendação de norma. O BV, por exemplo, em sua norma NI493, para sistemas de amarração de unidades permanentes, apresenta uma tabela que define uma margem de segurança em função do número de rodadas com diferentes sementes aleatórias.
Na execução de ensaios o problema se apresenta da mesma forma, mas devido a impossibilidade de se realizar diversos ensaios somente com a variação da semente, é recomendada uma escolha criteriosa da semente a ser ensaiada e completar as análises com modelos numéricos, calibrados a partir do ensaio e posteriormente rodados em maior número.

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